Sexualidade juvenil, abusos e libertação numa história ousada e encantadora. Pesquisas revelam que os adolescentes brasileiros - meninos e meninas - começam a vida sexual muito cedo. Nem sempre da melhor maneira, com plena consciência e responsabilidade de seus atos. Neste polêmico romance de formação, Stalimir Vieira, conhecido publicitário brasileiro que estreia como romancista, trata da iniciação sexual de três meninas, Jenifer, Paulinha e Stephanie. Uma história surpreendente, plena de graciosa sensualidade. Um "romance de formação" é aquele no qual o protagonista faz sua jornada e ao final se reconhece transformado e amadurecido, física e moralmente, pelas aventuras que viveu. É o caso da jovem Jenifer. O livro trata das primeiras descobertas dela e de suas duas amigas, Paulinha e Stephanie. Tem um começo denso e tenso, que junta entusiasmo, ansiedade, angústia e desejo e segue adiante com cenas de aprendizagem, curiosidades, abusos, encontros, desencontros, decepções e um final libertador. É um livro apimentado - mas de leitura aberta e para os adolescentes de hoje. Jenifer tem 16 anos. Bonita e sensual, teve que enfrentar assédio sexual desde menina. Paulinha é a mais imatura e, também com 16 anos, vive as consequências da sua fragilidade e insegurança. Stephanie, 17 anos, é a mais pragmática das três, aceitando logo que sexo é para ser convertido em independência e poder. Para escrever essa trama sensual, irreverente e bem humorada, o autor se fez autora e tornou-se personagem de si mesmo. Foi a maneira que encontrou para, experimentando um estado feminino, sentir-se seguro para ganhar a intimidade de Jenifer, entrar em seu mundo e merecer confiança para narrar segredos e sensações. Mas... um homem escrevendo sobre íntimos sentimentos femininos? O autor não teme ser criticado por não ser este o seu "lugar de fala". E afirma: "Não quero obviamente me comparar a ninguém, mas Flaubert escreveu um dos maiores romances sobre uma mulher, Madame Bovary. Dostoievski, Ana Karenina. Thomas Hardy, Tess. Jorge Amado criou personagens femininas extraordinárias, Gabriela, Dona Flor, Teresa Batista. E Chico Buarque faz como ninguém canções sobre mulheres. Tenho o direito de criar a minha Jenifer. Jenifer trata de um mundo saturado de perigos e emoções, no qual o instinto reina quase absoluto, dia e noite. A menina tem um pai ausente e uma mãe amargurada. Pela frente, dois adultos maduros e canalhas: o pai de Paulinha, um abusador, e Rei, predador sem escrúpulos, violento e sádico. Dois jovens, Marcos e Lucas, completam o quadro. Marcos, branco,18 anos, se crê irresistível, mas sucumbirá ao amadurecimento das meninas. Lucas, 25 anos, negro, é uma espécie de príncipe encantado doce e tímido, que aparece na história para evitar que Jenifer se perca neste ambiente hostil. Stalimir Vieira, usando uma equilibrada combinação de curiosidade, paciência e erotismo, vai fundo e extrai de Jenifer o que para os comuns dos mortais é quase impossível: os relatos sinceros de quem experimenta prazeres inconfessáveis no exato momento em que ainda não consegue compreendê-los com clareza. Por meio de uma narrativa natural e despudorada, Jenifer desvela bastidores de um tema tabu, sem esquivar-se de nenhuma das possibilidades que ele comporta, nem preocupar-se com julgamentos. O resultado não é apenas polêmico. É desafiadoramente encantador. -- por Stalimir Vieira (Autor)