Desde a década de 1960, os videogames são parte crescente da cultura contemporânea. Absorvendo elementos da computação, do cinema, da música, da literatura e das artes gráficas e digitais, se revelaram um encontro fundador das possibilidades entre tecnologia de ponta e desafio lúdico. Olhar, assim, a história de um meio bastante novo como os videogames pode nos oferecer a observação de aspectos presentes, e nem sempre evidenciados, de nossas sociedades. É nessa direção que aponta o ensaio do professor Alfie Bown. Dos smartphones aos consoles, tablets e desktops, o autor sustenta que nos tornamos a geração dos gamers. Temos aqui (para usar uma frase de Slavoj Zizek) um "guia" desfigurado dos videogames. Longe de ser um livro dedicado unicamente aos gamers, o trabalho de Alfie Bown se empenha em investigar a estrutura de nossas relações com as tecnologias digitais num momento em que elas se tornam onipresentes. Mais do que um livro sobre games, é uma provocativa reflexão sobre o efeito das novas tecnologias digitais sobre os imaginários que se formam mundo adentro.