Um filme é para sempre responde a um antigo desejo dos leitores de Ruy Castro: reler seus melhores artigos sobre cinema publicados na imprensa nos últimos trinta anos. São perfis de atores e atrizes americanos e europeus do período clássico, pequenos ensaios sobre diretores e comentários sobre filmes famosos e obscuros. O elenco vai de Bette Davis, Marlon Brando, Zsa Zsa Gabor e Boris Karloff a Bob Fosse, Max Factor, Leni Riefenstahl e ao Dr. Mabuse. Todos os artigos têm as marcas registradas que tornam os textos de Ruy tão saborosos: originalidade e informação, clareza e humor - o mesmo estilo que ele imprime às biografias pelas quais ficou conhecido, como O anjo pornográfico, Estrela solitária e Carmen. Os textos do livro foram agrupados em catorze capítulos com temas como musicais, seriados, filmes de assuntos sérios (como espionagem ou alcoolismo) e sobre a vida conturbada de atores, atrizes e diretores, entre muitos outros. Ruy faz revelações surpreendentes: o leitor fica sabendo, por exemplo, quais as grandes obras-primas do cinema que jamais chegaram a ser filmadas; conhece a verdadeira personalidade de figuras doces e engraçadas como Gene Kelly, Groucho Marx e Jerry Lewis; descobre o drama que havia na vida de mulheres lindas como Lana Turner, Esther Williams e Romy Schneider; e é apresentado a facetas insuspeitas de astros tão marcantes como John Wayne, Boris Karloff ou Marcello Mastroianni. Com a intimidade de quem é apaixonado pelo assunto, Ruy Castro também apresenta personalidades menos conhecidas (mas não menos importantes e fascinantes), como os diretores Preston Sturges e Mark Sandrich, os dançarinos negros Nicholas Brothers e os coreógrafos Busby Berkeley e Stanley Donen, que criaram alguns dos mais belos números de dança do cinema. E, em pelo menos dois artigos, Ruy relata experiências pessoais, como quando presenciou a Revolução dos Cravos, em Portugal (que depois viu retratada no filme Capitães de abril), e participou da Geração Paissandu. Um filme é para sempre faz parte da coleção que reúne o melhor da crítica brasileira de cinema e que já homenageou os mestres José Lino Grünewald (Um filme é um filme, 2001) e Antonio Moniz Vianna (Um filme por dia, 2004).